Tipos De Relacionamento Mais Comuns
Será que estamos preparados para todas as possibilidades de conexão trazidas pelas redes sociais e aplicativos de relacionamentos? É essa reflexão que dá início ao livro Relacionamentos Amorosos na Era Digital, escrito por Adriana Nunan e Maria Amélia Penido, doutoras em psicologia, ao lado de um time de colaboradores. Enfim, eles sugerem que, no futuro, os modos alternativos de organizar uma relação, como não coabitação e contrato de liberdade para ambos, poderão ser uma maneira de preservar as características dos adultos na contemporaneidade e de viabilizar uma relação de qualidade que seja satisfatória para ambos.
As relações atuais foram descritas com características como predominância da individualidade, superficialidade, pouco investimento e instabilidade. Com o interesse de conciliar uma relação amorosa mais tradicional, baseada em intensos sentimentos de afeto e o respeito aos interesses individuais de crescimento e desenvolvimento profissional, os jovens deste estudo apontaram que as relações do futuro terão um delineamento e uma configuração ainda mais singulares. Os homens entrevistados relataram que as mulheres estão estabelecendo as relações com base em aspectos como liberdade, independência e relações efêmeras, mas, ao mesmo tempo, apontam a manutenção dos valores tradicionais e do romantismo, desejando intensamente ter compromisso sério, o que leva os homens sentirem-se “assustados”, coagidos.
Mesmo essas ferramentas virtuais sendo importantes para reencontrar antigos amigos ou conversar com algum parente que esteja distante, elas não substituem a realidade das verdadeiras sensações humanas de trocar palavras com a pessoa que você ama sem ser por meio da tela de computador. Hoje, vivemos o que os sociólogos chamam de amor líquido, já que nossas relações de afetividade tornam-se facilmente descartáveis.
Assim como a transparência e o alinhamento de objetivos, fundamentos da relação sugar, outras tendências foram se agregando às já existentes. O clássico “monogâmico”, aquela relação em que o casal só pode amar e fazer sexo um com o outro, vai cedendo espaço para modelos alternativos. Já no estudo de Falcke e Zordan, buscou-se investigar a opinião de lubrificante íntimo adultos jovens sobre romantismo, família, papéis conjugais e permissividade sexual, comparando as opiniões de homens e mulheres. Os resultados indicaram que o casamento continua desejado pelos adultos jovens, apesar de não estar entre seus principais projetos de vida. A avaliação dos papéis conjugais reflete a transição entre velhos e novos modelos.
Neste estudo, buscou-se compreender a percepção de jovens adultos sobre as relações amorosas estabelecidas na contemporaneidade. Inicialmente, os dados obtidos apontaram para o desejo dos jovens em conciliar a experiência de uma relação tradicional baseada no amor romântico com a vida de solteiro, caracterizada pela liberdade, individualidade e ausência de compromisso com o parceiro. No entanto, nos relatos dos participantes, é possível observar que os adultos jovens apontam críticas e evidenciam preconceito em relação ao comportamento do sexo oposto, pois consideram errada a forma como eles estabelecem suas relações amorosas.
Na opinião dos homens, as mulheres não deveriam se comportar como se fossem “homens”, vivendo relações de curta duração e trocando frequentemente de parceiros. Por sua vez, as mulheres salientam que os homens não querem relações que envolvam fidelidade e compromisso. Com isso, o estudo revela conflito e desigualdade em relação às expectativas alicerçadas nas diferenças de gênero. Por fim, considera-se que este estudo contribui para a elucidação das relações amorosas na contemporaneidade, mas não esgota o tema, no qual há o atravessamento de uma magnitude de fatores que merece uma melhor compreensão por meio de novos estudos.
Tendências De Relacionamentos
É difícil falar de namoro na atualidade, onde os jovens têm adquirido conceitos de “ficar”. Ao contrário do que pensam, em seu verdadeiro significado, ficar é o mesmo que permanecer, estar por um grande período. Vivemos atualmente um processo de fragilidade em nossas relações sociais na internet que promove incertezas e dúvidas em nossa existência. “Outra conclusão é que essas percepções apontavam a qualidade do relacionamento em um determinado momento, mas o mesmo padrão foi encontrado em um monitoramento subsequente”, disse Lavner. “O que sugere que como você se sente agora pode ser de alguma forma um diagnóstico de quais serão seus sentimentos no futuro”. E enquanto fatores como a sua personalidade e se você passa por depressão ou ansiedade podem muito bem afetar a qualidade do seu relacionamento, construir uma união que te faz sentir satisfeito e seguro pode compensar todas essas coisas, escreveu a autora do estudo. As características individuais de cada um, enquanto isso, explicavam cerca de 21% da satisfação com o relacionamento no começo do estudo e aproximadamente 12% ao fim.